Melancolia








Mas a melancolia, como cada um de nós, tem muitas faces. Pessoalmente, sempre me interessou como ponto de partida para um olhar lento, demorado, profundo e ponderado, sobre o real.
Tenho uma relação de demora com as palavras. Gosto de as dizer baixinho, como se estivesse à escuta da sua rumoração íntima, como se, pela porta aberta pelo silêncio, a palavra se sentisse à vontade para se me revelar. E melancolia tem, para mim, um rumor a quietude.

















O seu som aquoso (as palavras têm um som, antes de terem um desenho, uma escrita) sempre me convidou a vogar com ela como uma maré, a embalar o tempo e a imaginação. Associo, por isso, a melancolia ao processo de atenção ao real e ao que esse real potencia os processos cognitivos e criativos.
Que tem a melancolia a ver com o espaço público? O facto de nada nascer do nada e de todo o conhecimento radicar na relação.



Criações Gráficas
Memória Descritiva de Rosário Pinheiro
Três ilustrações digitais, onde procuro a relação da representação da figura humana com formas arquitetónicas fora do seu contexto natural. Usando o branco como espaço negativo e contendo a ação ou a cor aos espaços que estariam na realidade vazios.