Penso numa cidade, num país (no mundo) como um espaço em que vivemos e em que cada um realiza funções de que outros (todos) beneficiam. Se cada um de nós vivesse isolado teria de, diariamente, cumprir diversas funções básicas de modo a assegurar a sua sobrevivência. Mesmo que reduzisse as suas necessidades ao mais básico, ainda assim teria de conseguir alimentação, abrigo, transporte, segurança e entretenimento ou alimentação dos seus sonhos mais íntimos. O que seria inviável.

O que cria o sucesso da nossa espécie não são os nossos atributos físicos. Faltam-nos garras e presas eficientes para a caça e as lutas; falta-nos velocidade; falta-nos até protecção contra as intempéries. O que cria o sucesso da nossa espécie é a nossa imaginação e a nossa capacidade de comunicação e de colaboração. Temos sucesso porque co-laboramos, ou seja, porque trabalhamos uns com os outros, aproveitando os diferentes saberes, gostos, experiências, dúvidas, capacidades e circunstâncias de cada um para criar sociedades viáveis. Co-laborar é, portanto, um verbo essencial. E um verbo não é uma palavra qualquer, mas um indicador de acção. Co-laborar é um dos verbos a praticar e a melhorar no espaço público.